Academia Maranhense de Letras elege hoje novo imortal
Eleito ocupará a
cadeira número 10, vaga com a morte do escritor e pesquisador Jomar Moraes;
eleição ocorrerá às 17h, na sede da instituição
A Academia Maranhense
de Letras (AML) elegerá hoje, às 17h, o sucessor da cadeira número 10, vaga com
a morte do escritor, pesquisador, cronista e editor Jomar Moraes, ocorrida ano
passado. O pleito será das 17h às 18h, na Casa de Antônio Lobo, sede da AML
(Rua da Paz), com votação exclusiva dos acadêmicos. Concorrem à vaga os
jornalistas Sebastião Jorge e Nagib Jorge Neto.
Para ser eleito, o
interessado precisa atingir a maioria absoluta dos votos da casa, atualmente
38. O presidente da AML, Benedito Buzar, explica que o processo pode ocorrer em
até duas etapas. “Na primeira, será considerado vencedor aquele que obtiver metade
mais um voto. Caso isso não aconteça, há nova contagem e quem obtiver mais
votos estará eleito”, diz Benedito Buzar.
A cadeira número 10
tem como patrono Antônio Henriques Leal e foi fundada por Astolfo Marques.
Antes de ser ocupada por Jomar Moraes, a vaga pertenceu a Luís Domingues e
Henrique Costa Fernandes. Seu último ocupante, Jomar Moraes presidiu a AML 22
anos e tinha como uma de suas grandes paixões a Academia Maranhense de Letras.
Na Casa de Antônio Lobo ingressou em 10 de maio de 1969 e em seu discurso de
posse, disse receber com humildade o simbolismo da imortalidade acadêmica. O
intelectual faleceu em 14 de agosto de 2016, aos 76 anos de idade, devido a
problemas renais. Seu corpo está enterrado no cemitério Jardim da Paz.
Perfis
Sebastião Barros
Jorge nasceu em 1939 na cidade maranhense de São Bento. Pela Universidade
Federal do Maranhão (UFMA), licenciou-se em Geografia (1970), fez pós-graduação
latu senso em Teoria e Técnica de Comunicação (1977) e bacharelou-se em
Ciências Jurídicas (1979).
Exerceu diversos
cargos na área de comunicação no poder executivo e colabora em veículos de
imprensa, especialmente os impressos. Atuou como colaborador de jornais como O
Dia, Pacotilha – O Globo, O Imparcial, Correio do Nordeste, Diário da Manhã,
Jornal de Bolso, A Tribuna e da Revista Desportos e Lazer. Também publicou
crônicas no Jornal de São Bento e foi correspondente da Revista Visão, de São
Paulo, e redator das Rádios Gurupi e Timbiras e da TV Difusora.
Sebastião Jorge
exerceu por 30 anos o magistério no Curso de Comunicação Social da UFMA, da
qual é professor emérito. Publicou livros como “O jornalismo hoje”, “Os
primeiros passos da imprensa no Maranhão”, “A linguagem dos pasquins”,
“Política movida à paixão - O jornalismo polêmico de Odorico Mendes”, “Cenas de
rua – Crônicas”, “Imprensa brasileira - Personagens que fizeram história”
(volumes 1 e 2), “Imprensa do Maranhão no século XIX”.
O escritor destaca
que sempre teve respeito e admiração pela Academia Maranhense de Letras, vendo
a Casa de Antônio Lobo como um centro de cultura e disseminação do saber.
“Pertencer à esta casa, para mim, é uma maneira de conviver com pessoas que
buscam preservar a cultura de nossa terra, por meio das realizações que promove
mediante publicações de livros, pesquisas, seminários, palestras, comemorações
cívicas, etc”, ressalta o candidato.
O outro candidato à
vaga da cadeira número 10 é o também maranhense, jornalista e escritor, Nagib
Jorge Neto, há de´cadas radicado em Recife (PE). Nascido em Pedreiras, começou
a carreira profissional como repórter de polícia na Rádio Timbira, em São Luís,
em 1958. Ainda em São Luís, foi secretário de redação do Jornal do Povo que
acabou fechado em 1964, durante o golpe militar.
O jornalista foi
militante político e, nos anos 1960, foi um dos restauradores da União
Maranhense de Estudantes Secundaristas (Umes), razão pela qual foi atingido
pela ditadura militar com a publicação de um dos primeiros atos institucionais,
1964. Nagib Jorge Neto, também era funcionário público estadual, mas teve
cassado os seus direitos pelo regime ditatorial.
Em São Luís, escreveu
no Jornal do Dia, Pequeno, Jornal do Povo. Como fechamento deste último, em
1964, mudou-se para Recife, onde trabalhou em jornais pernambucanos e na
sucursal recifense do Jornal do Brasil, na qual ocupou os cargos de repórter,
chefe de redação e sub-chefe da sucursal Nordeste. Em 1968, conquistou o Prêmio
Esso Nacional de Informação Econômica. Ex-presidente da União Brasileira de
Escritores (seção de Pernambuco).
Tem vários livros publicados,
entre os quais “Longe do país das sombras”, “Que zorra, camarada!”, “Elogio da
Resistência”, “A fantasia da redenção”, “A literatura em Pernambuco”, “O
Presidente de Esporas”, “As Três Princesas que Perderam o Encanto na Boca da
Noite” e “O Cordeiro Zomba do Lobo”, entre outros.
Nagib Neto conta que
a decisão de concorrer à vaga surgiu há cerca de dois anos, quando em conversa
com alguns membros da AML, foi estimulado a ingressar nos quadros da
instituição. “Alguns amigos e membros da AML me sugeriram, entre os quais Jomar
Moares, que tive a satisfação de saudar em um encontro de escritores aqui em
Recife”, relembra o escritor.
Ele destaca que após
a morte do amigo tomou a decisão de concorrer à cadeira número 10. “Minha
expectativa é contribuir para a divulgação do fazer literário no Maranhão e
incentivar a integração das academias do Norte e Nordeste e a divulgação de
obras que têm dimensão nacional”, frisa o jornalista. Seus textos mereceram
elogios de Ariano Suassuna, Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de
Sant’Anna, Bandeira Tribuzi, Neiva Moreira, entre outros.
Serviço
O quê
Eleição para a
cadeira número 10 da AML
Quando
Hoje, às 17h
Onde
Academia Maranhense
de Letras, Rua da Paz, Centro
Saiba o passo a passo da eleição na AML
- Após vagar a
cadeira, o presidente da casa decreta luto oficial de sete dias;
- Findado o período é
declarada vaga a cadeira;
- Os interessados têm
30 dias para se inscrever; por meio de carta deve demonstrar interesse e
apresentar currículo e produção literária;
- Após esta etapa, o
presidente nomeia uma comissão formada por três imortais que avaliam se os
inscritos tem requisitos para ingressar na AML;
- A comissão
apresenta então um parecer com o resultado aos confrades que homologam o
resultado;
- 30 dias depois
acontece a eleição;
- A votação pode ser
presencial ou por correspondência;
- Após a apuração os
votos são incinerados e o resultado é comunicado, via de regra, por telefone;
- A seguir o eleito
recebe os confrades em sua casa para uma celebração.
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